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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Splinter Cell: Blacklist

Blacklist conseguiu se equilibrar no espinhoso chão que fica entre os estilos distintos de ação furtiva de Conviction e de Chaos Theory, em que você pode tanto cumprir uma missão sem dar um tiro como pode explodir tudo para chegar ao final. É óbvio que a pontuação muda muito de acordo com suas escolhas e seu modo de agir: quanto menos você for notado, mais pontos ganha.
SC-Blacklist
Mas é a beleza dos cenários e a gameplay engenhoso que cativam o jogador em cada missão. E olha que juntar essas duas peças não é tarefa das mais fáceis.
As diferentes missões trazem características muito distintas entre si, seja pelo cenário ou pelo modo de agir. Os sentimentos inimigos, por exemplo, vigiam os lugares que você precisa se infiltrar de forma diferente: no Afeganistão eles são mais nervosos, na Turquia são mais relaxados, na Chechênia são quase neuróticos. Mas todos ficam igualmente violentos quando detectam sua presença. Esses pequenos detalhes elevam o nível de imersão ao máximo e multiplicam o fator replay quase infinitamente.
Na missão no Líbano, é curioso esgueirar-se por dentro das casas e observar cidadãos comuns vendo TV, assistindo ao noticiário local. É preciso cuidado redobrado para não matar civis inocentes, pois em muitas desses casas também há inimigos prontos para atacar.
Splinter_Cell_Blacklist_1
Já a missão no lêmem é mais limitada à Embaixada local e os inimigos parecem afegãos. E é justamente no Afeganistão que temos uma das paisagens mais legais: o cenário é fantástico e parece saído diretamente de algum livro do genial escritor afegão Khaled Hosseini, autor de pequenas obras-primas como O Caçador de Pipas, A Cidade do Sol e O Silêncio das Montanhas. A precisão e os detalhes arquitetônicos das construções locais são muito fiéis, assim como as roupas e as armas dos Talebans.
Confesso que após o fim da missão no deserto afegão fiquei vagando pelo cenário apenas observando os detalhes de cada canto, inclusive da vegetação, da arquitetura e do moinho de agua.
Esse cuidado com os detalhes a gente encontra também no Mercado de Peixe de Istambul e no Lêmem. A missão turca se passa durante a noite e é possível perceber família assistindo TV enquanto escalamos paredes para atacar os inimigos.
Sam Fisher trabalha melhor no escuro, portanto, em todas as missões noturnas procure sempre atirar em lâmpadas (com silenciador!) para ganhar vantagem sobre os inimigos. É uma dica preciosa que herdamos de Conviction e que está mais atual do que nunca.
Splinter-Cell-Blacklist-screenshot
Toda a interface do jogo está em português, assim como a dublagem. Admito que em um primeiro momento eu torci o nariz, pois não tive boas experiências com as dublagens brasileiras de Halo: Reach e de Black Ops II. Mas o povo tá pegando o jeito pra coisa: a dublagem de Blacklist é primorosa e impecável.
Aliás, o fato de não precisarmos ler as legendas todo hora até ajuda nas cenas em que você precisa reagir imediatamente, especialmente quando sua companheira Anna Grímsdóttir alerta via rádio a aproximação dos inimigos. Lógico que algumas arestas ainda precisam ser aparadas nesse quesito, mas a prática leva a perfeição, não é mesmo?
Com a ajuda dos amigos
O jogo tem 14 missões diferentes e todas podem ser jogadas com um amigo, no modo Co-op, com tela divida, que não tem nada a ver com o modo cooperativo de Chaos Theory. Dessas apenas quatro exigem de fato a presença de um segundo jogador, enquanto as outras podem ser cumpridas no estilo singleplayer, sem problema, ainda que alguns caminhos extras dos cenários só podem ser desbravados se você tiver um amigo junto.

Blacklist também marca a volta do multiplayer assimétrico Spies vs. Mercs, que estava sumido da série desde Double Agent, de 2006. Curiosamente, o Team Deathmatch desse modo permite que espiões e mercenários trabalhem juntos na mesma equipe.
No geral, é um jogão que tem um fator replay absurdo: é quase viciante a vontade de jogar a mesma missão várias vezes – especialmente a fase final do game, no superprotegido Local F. Você vai querer atingir a perfeição, pode acreditar!

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